sábado, 19 de setembro de 2009

Caminhos e Escolhas


"Eu não sou da sua rua,
eu não sou o seu vizinho.
eu moro muito longe..."




Pessoas caminham ensimesmadas. No carro, vidros fechados e escuros para que a realidade de fora não os olhem. Sentadas solitariamente, deixam namorados, amigos e famílias para se sentirem parte de um mundo globalizado em comunicações medadas por máquinas que distraem e tiram o foco do essnecial.



Enquanto são ordinárias em suas vidas diárias, escrevem coisas fantásticas em blogs, twitter, tem milhões de seguidores, falam, falam e não ouvem .Brodecasters de um mundo superficial.



Não é o meio que faz as coisas, mas como usamos os meios. O fato é, que cada dia, mais e mais pessoas acham que precisam estar em todos os lugares para serem alguém e se esquecem que é só em contato com o coração, com a fonte mais pura, é que realmente conseguimos conhecer o mundo real.

Quando desligamos nossas mentes e sentidos daquilo que nos distrai, podemos ouvir os ruídos de nossa mente a prender a fazer música. Não vejo sentido em ter um cachorro, pagar um pet shop para dar banho nele e uma pessoa para caminhar ao lado de seu amigo animal, enquanto você se distraí na vã ilusão que se está transformando o mundo mediado por tecnologia.



Eu muitas vezes me perco em tantas coisas: milhões de e-mails, comunidades, orkut, twitter. Mas agora tenho me obrigado a caminhar pela manhã com meu cão, na mata linda que me cerca, correr para fazer o corpo suar e depois tomar uma ducha no quintal. Usar da tecnologia, mas dormir cedo para descansar a alma, meditar para equilibrar e contatar meu ser, cantar para agradecer, fazer yoga para colocar a energia vital a disposição do corpo.

Há muitas formas de nos distrair, poucos caminhos que nos ensinam a ver a felicidade aqui e agora, como canta Gil e muitos labirintos sem saída que nos fazem acreditar que a felicidade está sempre ali, onde não se vê.

Eu escolhi meu caminho: desliguei a televisão, abri as antenas do além, os olhos dos anjos e uma vida que faz da existência uma verdadeira oportunidade de transformação. Qual é o seu?

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Brincar de Viver


Hoje eu queria deixar os compormissos de lado, os milhões de textos, idéias, argumentos para ser somente criança. Correr de braços abertos e voar dentro de mim, rir aquela risada gostosa de ver uma bolhinha de sabão explodir, rolar a montanha e coçar as costas por causa da grama.

Eu trocaria minhas ideologias mais profundas para simplesmente observar o formato da pipoca, das nuvens do céu. Eu prefiro brigar pelo pedaço de chocolate maior ou quem está com mais suco no restante da garrafa do que lidar com egos e vaidades, do que simplesmente fazer girar a máquina capitalista.
A medida que a mente se fortalece, o corpo endurece com o coração. A gente sempre corre e deixa para lá o fundamental. E briga com as faltas de comunicação e se perde do gostoso de viver. A gente esquece de brincar, nem se lembra das nossas fantasias, sonhos, da liberdade que é poder ser livre.

Hoje eu liberto minha criança para brincar com você e adormecer de mãos dadas na certeza que a única coisa que tem sentido na vida é viver.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A Iluminação

Foto: Kalu Brum

Já me senti absolutamente infeliz. Este sentimento me perseguia desde criança. A frase da Camille Claudel refletia minha obscura alma: Há sempre uma ausência que me atormenta.

Eu vivia atormentada, adorava poemas de morte, escrevia sobre a morte.

Não via sentido para minha vida pequeno burguesa. Eu não gostava dos meus pais. E todo tempo, me sentia fora de lugar. Quase todas as noites eu dormia chorando. Eu achava que precisava de um grande amor. Mas mesmo com alguém eu me sentia mais só. Eu parecia sempre feliz, mas não era.

Até o dia que comecei a meditar. Até o dia que alguém me ensinou que a vida humana era um presente e eu experimentei uma felicidade indescritível. Eu nunca fumei um baseado e posso garantir que tive as viagens mais loucas de olhos fechados.

Eu ainda me perco de mim . Mas todas as vezes que eu fecho os olhos e me concentro na minha respiração e visualizo meu coração cheio de luz, eu me transformo. Eu me sinto parte deste universo, conectada a um plano maior. Neste instante sei que minha existência de amar com profundidade pode fazer a diferença.

Eu dedico meu tempo a ajudar as pessoas e agradeço por conseguir fazer isso. E quanto mais consigo me conectar com minha natureza mais pura, como agora que eu estou absolutamente conectada com você, sem saber se está lendo o que escrevo, oferecendo o que me trouxe simplicidade o que aliviou minha dor, mais consigo transbordar. Minha dor passou, não por negá-la, mas por enfrentá-la com coragem.

Enfrentei todos meus demônios. Eu sei que me perdi para me encontrar. Só de lembrar disso não consigo conter a lágrima que cai de gratidão. E meu maior presente é saber que tenho muito tempo para me aprimorar, mas se eu morrer hoje, agora, já terá valido a pena.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Peixe Grande

Nos seus raios joviais
renovo meus sonhos e esperanças
reaprendo a pescar peixes invisíveis
que descem do céu como orvalho da manhã

Sua luz me guia
a habitar o presente
desfruto da alegria
de seguir com a lupa
os rastros de formiga

Seu brilho me ressuscita
desfaz as amarras do tempo
ilumina a escuridão do crescer
faz flutuar o peso das responsabilidades

Sua fé me inspira
a acreditar que abrir os braços
e correr no gramado olhando para o céu
é voar

Porque não se voa com asas
ou no avião
o vôo é da imaginação

(poema de Kalu Brum)