quinta-feira, 4 de março de 2010

Almas Companheiras

O relacionamento entre homens e mulher foi feito para dar errado. Em relação aos nossos pais passamos parte da vida adorando-os, outra destruindo parte deles de dentro de nós para construirmos nossa própria personalidade e um tempo de resgate. Com nossos filhos vivemos o processo inverso. Com amigos, ficamos no mesmo vagão enquanto a vida caminha para o mesmo destino depois alguns permanecem, outros se vão.

Mas com uma alma companheira é tudo muito intenso: por haver desejo há muita expectativa. Por haver expectativa há decepção e a constante decepção deixa o coração com uma casca. A gente passa a não sofrer mais com as brigas, mas não sente mais no coração aquela pulsação que nos fazia lembrar que estamos vivos.


E sempre alguém de fora vem nos mostrar o muro que construirmos. Destruir o muro só se faz com conversa, as vezes impulsionada por um surto. Um anjo de fora nos mostra que o coração ainda bate, nos lembra da pulsação da vida e a gente redescobre aquele outro do nosso lado, que a tanto nos ensina, com a dor, decepção e amor.

É um ciclo que se fecha dentro da relação, para seguir para uma nova fase, talvez sem tanta expectativa, talvez sem a mesma pulsação neurótica, mas sempre com amor. Eu fico feliz por ter chegado em mais um vale, por ter chegado no topo da montanha e desejado subir uma ainda mais alta.

Viver é transcender-se. E isso dó muito, mas é a única possibilidade de fazer de nossas asas aptas para o vôo.

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