quarta-feira, 5 de maio de 2010

A dor e o sofrimento


Um dia minha irmã me disse: você sofre porque você pensa demais. Ela tem razão, mas como uma admiradora dos tibetanos eu digo: sigo os rastros da minha dor.

Não calo a dor de parto, apenas me abro. Não cego uma dor de cabeça, apenas relaxo. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional. Rubem Alves diz que ostra feliz não faz pérola.

É isso, na hora de fazer a pérola, deixo doer para secretar o fio de madreperóla e teço algo que será uma jóia valiosa para mim.

Assim foi naquele suicídio que transformou minha vida. Se não fosse a morte, nunca pensaria sobre a vida. Se não fosse meu parto, não conheceria a dor de mim tão de perto.

E nas dores eu renasço com uma felicidade cheia de gratidão e conectada, não ao mar de livros e pensamentos, mas vivendo na carne aquilo que minha alma precisa para engrandecer-se.

3 comentários:

Luciana Luz disse...

"Rubem Alves diz que ostra feliz não faz pérola."

Adorei isso! :-)

Adorei o post também. pequeno e profundo. Adoro textos assim!

Beijos!

Anônimo disse...

Vc tem um dom tão lindo de transformar em palavras seus sentimentos...agora sou eu quem diz q esse texto poderia ter sido escrito por mim!
Sempre, em qualquer lugar, um alerta: Eloise, vc pensa demais!

Estou adorando seu blog!

Bjos,
Elo da Betina.

Kalu disse...

Elo,

Este espaço é minha faceta mais complexa, profunda, sombria. Aqui é o reflexo de meus questinamentos mais doloridos.

Obrigada por visitar.