terça-feira, 2 de junho de 2009

Para um beija-flor


Foto: Kalu Brum

Sobre as torres cinzentas da avenida sem fios
Caminhei até a fonte de tua essência.

No retrato virtual estavas pousado
Como se compusesse
Um retrato antigo de minha vida

Na cidade iluminada pela inconsciência
Fez-me tua flor,
Cativou-me e do tempo que gastaste
A regar minha existência,
Floresci na primavera do teu olhar.

Por vezes esconde-se ligeiro
Enquanto aguardo tua visita
Outras sorri em minha menina
E inunda meu corpo de uma doce felicidade

Em seu mistério me faço rosa
Dou-te pétalas e espinhos
Sonhos e desesperanças

E assim teço uma história
Nascida fantasticamente incoerente
Que segue por cordas bambas
De uma avenida sem-fios

Bêbada pela vida
Ferida por outros caçadores
Caminho doidivanamente
Seguindo o farol de olhos
Que se fecham para o que é essencial
E se fixam naquilo que nunca será perene.

Sou uma centelha divina
E transformo-me nas cores das primaveras
Suaves e melodiosas

Sou uma alma leve
Tentando vencer a densidade
Dos pensamentos humanos

Segure a minhas mão que posso
Conduzir-te ao verdadeiro paraíso
onde não existem prédios comerciais
bancos, cinzas ou malabaristas

Habito a ilha dos pássaros selvagens
Com seus cantos luminosos e inebriantes
Das fadas coloridas, das borboletas sorridentes
Das flores que sempre em flor
Das primaveras constantes

Meu caminho está iluminado pelas estrelas
Decorado pelas flores, fadas e fantasias
Ele existe para quem
Sabe apreciar
Aquilo que não tem resposta
Nem pergunta

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