quarta-feira, 20 de maio de 2009

Esquina

Foto: Kalu Brum

Não sei se lhe falei da minha casa. Apareceu um terreno na rua da felicidade, esquina com a Rua do amor. Um terreno cheio de flores as quais tenho cultivado com todo o carinho e apreço. São canteiros coloridos e perfumados que exibem transcendência, maços de resolução, universalidade, sacralidade e tolerância.

Este canteiro deu-me uma nova visão da vida. Desde seu florescimento aprendi a deitar sobre o vento e deixar-me ser levada por ele. Ouço os pássaros e sigo por rumos desconhecidos e por isso repletos de surpresas agradáveis... A beleza do jardim tem atraído pássaros raros, com um canto tão melodioso, capazes de embalar a alma de todos os seres que habitam minha casa.

Construí a minha casa com os materiais mais sagrados: paredes de vento, céu de estrelas, lustre de sol e lua, chão ladrilhado de terra fértil. E por onde vou encontro a esquina da felicidade com o amor... Por isso minha casa muda de roupa para cada festa de viver, em todos os salões do mundo. Assim tenho chão de grama, duna ou lama; Paredes de vento frio ou quente, os mais diversos aromas e todos os jardins do mundo.

Acho que realmente incorporei a minha identidade beija-flor, tamanha a velocidade das mudanças que tenho vivido... E a remoção cuidadosa das montanhas tem ecoado nos meus e gerado grande felicidade...

Um mundo absolutamente diferente de tudo que já vivi. Aprendi a embalar-me pela certeza gloriosa do retorno E...terno, me redescobrindo em cada ausência plena... A sensação não é outra de reconciliação com a vida, que habita a esquina do amor com a felicidade.

Hoje sou feita de penas, vento, terra, fogo, água e éter... eternamente viva na esquina do amor com a felicidade...

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