segunda-feira, 18 de maio de 2009

Tempero da Vida


Foto: Kalu Brum

Língua fria
Vermelha, amorangada
Percorre meu corpo quente
Salpicado de pimenta e canela

De olhos fechados
Seus poros buscam
o tempero da minha existência
para tatuar-se eternamente
em minha epiderme

Lembranças da cozinha divina
De pratos saborosos
do banquete de dançarina

Cheiro de gengibre e canela
colhido com a ponta do nariz
em sua nuca orvalhada pelo suor

No calor incandescido de minhas entranhas
o aroma sonoro do gemido
que anuncia a proximidade do ápice
Lábios sedentos
Carinhos e...ternos
Minha especilidade
leva essência de rosas
De sua alma leve

Desabito-me e bailo em suas cores
De olhos meninos
que me oferecem uma planície
de flores de maio para rolar

Faço-me água e adoto a forma de seu copo
Brinco com sua coluna
Com sua extremidades
Delicio-me mesmo
com a combinação de temperos de sua alma
Que refletem e potencializam meu próprio ser

Desejos transformam-se
Em anseios
E os seios
Ainda firmes pela idade
Levam-te para dentro de meu coração

Memórias de uma vida
Com cheiros, sabores e sons
De uma jovem velha canção
De ninar
Para despertar para um novo tempo.

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